terça-feira, 13 de agosto de 2013

Pesquisa de Sangue Oculto Fecal


A amostra

O exame sangue oculto fecal pesquisa sangue nas fezes que não é percebido pelo simples olhar. O resultado positivo indica sangramento em algum ponto do tubo digestivo.


Há vários métodos de pesquisa de sangue nas fezes. 




Teste do Guáiacol


No método de cartões com guaiacol, o médico ou o laboratório fornece um ou mais cartões de teste.A reação do Guáiaco é uma técnica baseada na reação do guáiaco, uma resina natural extraída a partir da madeira da Guaiacum officinale, uma árvore nativa do Caribe e da costa norte da América do Sul, que tem como princípio a atividade pseudoperoxidase da hemoglobina, liberando o oxigênio do peróxido de hidrogênio do heme, que por sua vez catalisa a oxidação dos compostos fenólicos presentes no guáiaco (incolor) resultando na formação de quinona colorida (azul). O guaiaco é também aplicado para o tratamento da sífilis, estimular o sistema digestivo, tratar o reumatismo, dores de garganta causadas pela faringite e laringite e aliviar dores de dentes. São usadas várias amostras de fezes, em geral de três evacuações diferentes e em três dias consecutivos. Cada amostra é colhida em um frasco limpo e não deve ser contaminada com urina ou com água. Um cartão reagente é identificado com o nome do paciente e a data. É aplicada uma camada fina de fezes com um bastão na área marcada do cartão. Quando a amostra seca, o cartão é entregue ao médico ou ao laboratório.



Teste de Haemocult

Utilizado pela primeira vez em 1967, por David H. Greegor, na Alemanha, o Teste de Haemocult é um teste de rastreio simples que detecta sangue nas fezes (movimentos intestinais). É um teste muito sensível e pode detectar um pequeno traço de sangue antes mesmo que seja visível a olho nu. Em medicina, o prefixo “heme” refere-se a sangue, como em “hematologia”. O sangue que está escondido ”a olho nu” é chamado de sangramento “oculto” , daí o nome Hemoccult para “sangue oculto”.

O exame baseia-se na recolha de 3 amostras de fezes que são espalhadas em uma camada fina na parte da frente de um envelope para teste, no qual serão aplicadas duas gotas de solução (resina do guáiaco) para revelação. Caso o exame apresente resultado positivo, após 30 segundos haverá uma coloração azul a qual provem da conversão do guáiaco incolor pela ação da atividade pseudoperoxidase na presença de um desenvolvedor presente no envelope que contém peróxido de hidrogênio. Caso seja negativo não haverá mudança de coloração.

Teste HEXAGON OBScreen


Esse método é composto de um papel impregnado com guáiaco emoldurado por um cartão grosso que permite a aplicação de amostras de um lado e o desenvolvimento e interpretação de outro lado. Quando uma amostra fecal contendo sangue oculto é aplicada no papel teste, o contato é feito entre a hemoglobina e o guáiaco. A reação da pseudoperoxidade ocorrerá após 30 segundos com a formação do cromatógeno azul.


Reação da benzidina (teste de Adler Ascarelli)

A técnica consiste em espalhar uma pequena quantidade de fezes sobre o papel de filtro limpo e colocar duas gotas de água oxigenada sobre o esfregaço. Adicionar duas gotas de solução de benzidina. Observar a cor imediatamente. Se não houver mudança de cor, a reação é negativa. Cor esverdeada-azulada é reação fracamente positiva, sendo a cor azul intensa indicativo de reação positiva.

Reação de Meyer-Johannessen

Esse método consiste na redução da fenolftaleína pelo zinco para anidrido ftálico, que é oxidado pelo oxigênio liberado da água oxigenada pelo sangue, transformando-se de novo em fenolftaleína. Tem-se uma coloração vermelha pelo fato do meio ser alcalino. Coloca-se 5 ml de uma diluição de fezes próximo a 5% em um tubo de ensaio e adiciona 0,5 a 1,0 ml do reativo de Meyer-Johannessen , em seguida, duas a quatro gotas de água oxigenada. Caso haja presença de sangue, surge uma coloração vermelha imediatamente. As diferentes variações da coloração avermelhada são classificadas em positivas de uma a quatro cruzes.

Os testes citados acima requerem uma dieta especial antes do exame feita pelo paciente.

Exame de fezes imunoquímico

Esse método é um teste imunoensaio cromatográfico utilizando dois anticorpos monoclonais para a detecção da hemoglobina humana nas fezes. Este é o único método no qual são dispensados os cuidados e preparativos dos pacientes, citados como essenciais para todas as demais técnicas citadas. Pelo fato de utilizar anticorpos criados contra a molécula de globina da hemoglobina humana, esse teste detecta a presença intacta de hemoglobina humana ou os produtos da sua degradação precoce. Eles evitam a interferência de compostos que são conhecidos por afetar os testes de sangue oculto.


Esses métodos podem detectar sangue proveniente de qualquer parte do tubo digestivo, incluindo sangramento nas gengivas após procedimentos dentários ou causado por doença das gengivas. Também pode ser detectado sangramento gástrico após tomar aspirina. Por isso, recomenda-se que o paciente evite fazer qualquer procedimento dentário e usar aspirina por até três dias antes da colheita da amostra.


Esses dois exames dependem de uma reação química que provoca alteração de cor quando o teste é positivo. Alguns alimentos, como carne vermelha, brócolis, nabo e rabanetes, medicamentos, como colchicina, e oxidantes, como iodo e ácido bórico, podem provocar a mesma reação mesmo sem haver sangramento digestivo (resultado falso positivo). Por outra lado, a vitamina C inibe a reação, mesmo na presença de sangue (resultado falso negativo).

O médico ou o laboratório fornecem uma lista dos cuidados a serem tomados antes da colheita, que também estão relacionados no kit de colheita. Fale com seu médico antes de suspender qualquer medicamento.

Para o método imunoquímico, nenhuma preparação é necessária. Esse exame só detecta sangramento da parte final do tubo digestivo (cólon).


O principal uso do sangue oculto fecal é para triagem de câncer de cólon. Sangue nas fezes pode ser o único sinal de câncer inicial e sua detecção precoce aumenta a probabilidade de cura. A presença de sangue oculto pode ser devida a outras doenças, e são necessários outros procedimentos para descobrir a causa do sangramento.

Sangue oculto fecal também é usado para pesquisar uma causa de anemia, como sangramento de úlcera. O médico pode pedir o exame se o paciente apresenta sinais e sintomas de anemia, como fadiga e queda da hemoglobina e do hematócrito.


A pesquisa de sangue oculto fecal é feita com maior frequência como parte de um exame de rotina. É usada principalmente para triagem de câncer de cólon. A  American Cancer Society e outras organizações recomendam que o exame seja realizado anualmente por quem tem mais de 50 anos de idade. A maioria das pessoas que faz o exame é assintomática, ou seja, não apresenta sintomas.



O medico também pode pedir esse exame se o paciente apresentar uma anemia não explicada, possivelmente causada por sangramento no tubo digestivo.


O sangue oculto fecal normalmente é negativo. Um resultado positivo significa que há sangramento em alguma parte do tubo digestivo, possivelmente devido a sangramento gengival ou nasal, úlceras, doença inflamatória intestinal, diverticulite, bleeding polipose, hemorroidas ou tumores benignos ou malignos. Qualquer protrusão para o lúmen intestinal, como um pólipo ou um tumor, sofre o atrito do bolo fecal e pode apresentar sangramento intermitente. Com frequência, uma pequena quantidade de sangue é o primeiro e o único sinal precoce de câncer de cólon, o que torna esse exame uma valiosa ferramenta de triagem.


O sangramento intestinal, especialmente de pólipos e tumores, pode ser intermitente. A colheita de três amostras em dias sucessivos aumenta a probabilidade de detecção nesses casos.

Perguntas frequentes

1. Os exames feitos em casa são tão bons quanto os enviados para o laboratório?


O exame do vaso sanitário é bastante sensível, mas o médico pode preferir os que são enviados ao laboratório (cartão de guaiacol ou método imunoquímico). Como a mudança de cor está sujeita à interpretação do observador, exames enviados a um laboratório podem ser mais confiáveis porque os profissionais de laboratório têm mais experiência na interpretação de alterações sutis de cor e conhecem as causas de resultados falso negativos e falso positivos.


2. Que tipos de procedimentos são feitos após resultado positivo de sangue oculto fecal?


O sangue oculto fecal pode ser precedido por um exame retal digital e seguido por: 

Fonte: AQUI

1 . Sigmoidoscopia: exame do reto e da parte inferior do cólon com um instrumento iluminado para procurar anormalidades, como pólipos; 

2 . Colonoscopia: exame endoscópico mais completo do reto e de todo o cólon;

3 . Clister opaco: técnica radiológica de exame do cólon e do reto.


3. Há outros exames de fezes para pesquisa de câncer colorretal?


Sim. Há um exame que pesquisa certas alterações do DNA nas células tumorais que descamam nas fezes. Os estudos mostram que esse exame tem uma sensibilidade aceitável, embora não identifique todos os tipos de câncer colorretal. Em 2008, a American Cancer Society e outras entidades adicionaram esse exame à lista dos recomendados para triagem de câncer colorretal.


            http://www.especialista24.com/

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Entenda o Hemograma




Como o exame é usado? 

O hemograma é usado como um exame de triagem de distúrbios como anemia, infecção e muitos outros. Na realidade, é um painel de testes que examina as diferentes células do sangue, incluindo: 

· Contagem de leucócitos: mede o número de leucócitos de qualquer tipo em um volume de sangue. Aumentos e diminuições podem ter significado. 

· Contagem diferencial de leucócitos: determina a proporção de cada tipo de leucócitos. Há cinco tipos diferentes:neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos, e basófilos. 

· Contagem de hemácias: mede o número de hemácias em um volume de sangue. Diminuição ou aumento indicam estados anormais. 

· Hemoglobina: mede a quantidade de hemoglobina em um volume de sangue. 

· Hematócrito: mede o volume percentual de hemácias em um volume de sangue. 

· Contagem de plaquetas: determina o número de plaquetas em um volume de sangue. Aumentos e diminuições podem indicar anormalidades com sangramento excessivo ou risco de coágulos. O volume plaquetário médio (MPV) é uma medida do tamanho médio das plaquetas. Plaquetas novas são maiores, e um aumento do MPV ocorre quando aumenta a produção de plaquetas. O MPV dá ao médico uma indicação da produção de plaquetas na medula óssea. 

· Volume globular médio (VGM ou VCM ou MCV): é uma medida do tamanho médio das hemácias. Aumenta quando as hemácias são maiores que o normal (macrocitose), como na anemia causada por deficiência de vitamina B12. Diminui quando as hemácias são menores que o normal (microcitose), como visto na anemia por deficiência de ferroe na talassemia. 

· Hemoglobina globular média (HGM ou HCM): é um cálculo da quantidade média de hemoglobina em cada hemácia. Hemácias macrocíticas são maiores e têm uma HGM maior. Hemácias microcíticas são menores e têm uma HGM menor. 

· Concentração de hemoglobina globular média (CHGM ou CHCM): é um cálculo da quantidade de hemoglobina em um volume de hemácias. Valores baixos são vistos quando a hemoglobina está diluída dentro das hemácias, como na anemia por deficiência de ferro e na talassemia. Valores aumentados ocorrem quando a hemoglobina está mais concentrada dentro das hemácias, como em pacientes queimados e na esferocitose hereditária. 

· Amplitude de distribuição das hemácias (RDW): indica a variação de tamanho das hemácias. Em algumas anemias, como a anemia perniciosa, a variação do tamanho (anisocitose) e do formato das hemácias (poiquilocitose) causa um aumento da RDW. 


Quando o exame é pedido? 

O hemograma é um exame muito comum. Muitos pacientes o fazem como parte da avaliação de seu estado de saúde geral. Se o paciente estiver bem e as populações de células do sangue normais, não há necessidade de fazer outro hemograma até que haja alterações do estado de saúde ou quando o médico determinar. 

Se o paciente tem sintomas como fadiga e fraqueza, ou infecção, inflamação, equimoses ou sangramento, o médico pode pedir um hemograma para avaliar a causa. Aumento dos leucócitos pode confirmar uma infecção e sugerir outros exames para identificação da causa. 

A diminuição da contagem de hemácias (anemia) pode ser mais avaliada por alterações do tamanho e da forma das hemácias, para determinar se a causa é diminuição da produção, aumento da perda de sangue ou destruição excessiva de hemácias. Uma contagem de plaquetas baixa ou muito alta pode confirmar uma causa de sangramento excessivo ou uma tendência a trombose, e pode estar associada a doenças da medula óssea, como leucemia. 

Muitas doenças ou estados clínicos resultam em aumento ou diminuição das populações de células. Algumas exigem tratamento, enquanto outras se resolvem sozinhas. Determinadas doenças, como câncer (e quimioterapia) podem afetar a produção de células na medula óssea, aumentando a proporção de um tipo de célula ou diminuindo a produção total de células. Alguns medicamentos podem aumentar a contagem de leucócitos, e deficiências de algumas vitaminas e minerais podem causar anemia. O médico pode pedir o hemograma periodicamente para monitorar esses problemas e seu tratamento. 

O que significa o resultado do exame?

O quadro abaixo explica o significado de aumentos ou diminuições de cada componente do hemograma.


EXAME
O QUE É
AUMENTO OU DIMINUIÇÃO
Leucócitos
Contagem de leucócitos
Aumento com infecções, inflamação, câncer, leucemia. Diminuição com alguns medicamentos (como o metotrexato), alguns processos autoimunes, algumas infecções graves e destruição ou aplasia da medula óssea.
Neutrófilos %
Proporção deneutrófilos/Bast/Seg/Gran
Essa é uma população que varia um pouco a cada dia, dependendo do que ocorre no corpo. Aumentos ou diminuições de tipos específicos estão associados a diferentes problemas agudos ou crônicos. Um exemplo é a elevação do número de linfócitos vista na leucemia linfoide crônica. Aumento dos eosinófilos pode sugerir parasitoses ou alergias. Para mais informações, veja esfregaço de sangue e leucócitos.
Linfócitos %
Proporção de linfócitos
Monócitos %
Proporção de monócitos
Eosinófilos %
Proporção de eosinófilos
Basófilos %
Proporção de basófilos
Neutrófilos
Contagem de neutrófilos 
Linfócitos
Contagem de linfócitos 
Monócitos
Contagem de monócitos 
Eosinófilos
Contagem de eosinófilos
Basófilos
Contagem de basófilos 
Hemácias
Contagem de hemácias 
Diminuição em alguns tipos de anemias. Há aumento quando ocorre produção excessiva (policitemia) ou quando há concentração por perda de líquido, como em diarreias, desidratação ou queimaduras.
Hemoglobina
Dosagem de hemoglobina
Reflete o resultado da contagem de hemácias.
Hematócrito
Proporção de hemácias
Reflete o resultado da contagem de hemácias.
VGM
Volume globular médio
Aumenta nas deficiências de folato e de vitamina B12. Diminui na deficiência de ferro e nas talassemias
HGM
Hemoglobina globular média
Reflete o resultado do VGM.
MCHC
Concentração de hemoglobina globular média
Pode diminuir quando o VGM está baixo. O aumento é limitado pela quantidade de hemoglobina que cabe na hemácia.
RDW
Distribuição de tamanho das hemácias
Aumento da RDW indica variação de tamanho das hemácias. Hemácias imaturas são maiores.
Plaquetas
Contagem de plaquetas
Diminuídas ou aumentadas em estados que afetam a produção. Aumentadas com sangramento. Diminuídas em alguns distúrbios hereditários (Wiskott-Aldrich, Bernard-Soulier), lúpus eritematoso sistêmico,anemia perniciosa, hiperesplenismo (são retiradas da circulação pelo baço), leucemia e quimioterapia.
MPV
Volume plaquetário médio 
Varia com a produção de plaquetas porque as mais jovens são maiores.

Hemograma


Por que fazer este exame?

Para triagem e monitoração de muitos distúrbios, por exemplo, anemia.

Quando fazer este exame?

Como parte de uma avaliação clínica de rotina ou quando pedido pelo médico.

Amostra:

Uma amostra de sangue obtida de uma veia do braço ou de uma picada em um dedo ou calcanhar (recém-nascidos).

É necessária alguma preparação?

Nenhuma

A amostra

O que está sendo pesquisado?

O hemograma é uma avaliação automatizada das células do sangue. Este exame inclui: 
Contagem de leucócitos 
Contagem de hemácias 
Hemoglobina 
Hematócrito 
Volume globular médio (VGM), também chamado Volume Corpuscular Médio (VCM) 
Hemoglobina globular média (HGM, ou HCM) 
Concentração de hemoglobina globular média (CHGM, ou CHCM) 
Contagem de plaquetas 

Os resultados do hemograma fornecem informações sobre os números de células e também sobre o tamanho, a forma e algumas características das células. Além disso, pode ser necessário pedir uma contagem diferencial de leucócitos, que identifica diferentes tipos de leucócitos. No Brasil, a maioria dos laboratórios só realiza a contagem diferencial manual quando julga necessário fazê-la ou quando o médico a solicita. Nos demais casos, os laboratórios indicam a contagem automatizada, que diferencia os tipos principais de leucócitos.

Anormalidades de um ou mais tipos de células podem precisar de confirmação visual pela observação, ao microscópio, de um esfregaço de sangue. Neste exame, uma gota de sangue é espalhada sobre uma lâmina de vidro, secada e corada com corantes especiais. Um especialista em laboratório avalia, então, ao microscópio as características das células. As informações adicionais são anotadas e relatadas ao médico.

O sangue é formado por células suspensas em um líquido, chamado plasma. As células, hemácias, leucócitos e plaquetas são produzidas principalmente na medula óssea e, em condições normais, liberadas para a circulação na medida do necessário.


Leucócitos

Há cinco tipos diferentes de leucócitos que o corpo usa para manter-se saudável e combater infecções e outras causas de lesão. São os neutrófilos, os linfócitos, os basófilos, os eosinófilos e os monócitos. Suas quantidades no sangue são relativamente estáveis, mas podem variar para mais e para menos dependendo do que ocorre no corpo. Por exemplo, uma infecção pode aumentar o número de neutrófilos, que combatem as bactérias. Quando há uma alergia, pode haver aumento do número de eosinófilos, que liberam substâncias (anti-histamínicos) que diminuem os efeitos da alergia. Linfócitos podem ser estimulados para produzirem imunoglobulinas (anticorpos). Em algumas leucemias, há proliferação de leucócitos imaturos (blastos), aumentando a contagem de leucócitos.



Hemácias

Hemácias são discos vermelhos pálidos, mais finos no centro do que na periferia. Elas contêm hemoglobina, a proteína que transporta oxigênio no sangue. O hemograma mostra se há hemácias suficientes no sangue e se elas têm características normais. Hemácias normais apresentam o mesmo tamanho e forma. Entretanto, podem ocorrer variações quando há anemia por deficiência de folato ou de vitamina B12, deficiência de ferro ou muitos outros problemas. Se o número de hemácias estiver reduzido, o paciente tem anemia e pode apresentar sintomas como fadiga e fraqueza. Com menor frequência, pode haver excesso de hemácias no sangue (eritrocitose ou policitemia), o que, em casos extremos, prejudica o fluxo de sangue nos vasos sanguíneos. 


Plaquetas

Plaquetas são fragmentos de células e têm um papel importante na coagulação do sangue. Quando seu número diminui, há um risco maior de sangramento excessivo e de equimoses. O hemograma mede o número e o tamanho das plaquetas no sangue. Em alguns casos, pode haver plaquetas gigantes ou grumos (aglomerações) de plaquetas que dificultam as medidas do aparelho, e será necessário fazer o exame do esfregaço de sangue.

Como a amostra é obtida para o exame?

O hemograma é feito com uma amostra de sangue obtida de uma veia do braço com uma agulha. Em alguns casos, o laboratório pode obter ainda um pouco de sangue com uma picada no dedo para fazer imediatamente uma lâmina (chamada de "ponta-de-dedo").

É necessário algum preparo para garantir a qualidade da amostra?

Nenhuma preparação é necessária.











quinta-feira, 2 de maio de 2013

Significado do Sumário de Urina


O que significa o resultado do exame?

A urinálise é um excelente exame de triagem porque é de execução relativamente simples e fornece indicações de muitos distúrbios possíveis. Por outro lado, resultados normais não excluem doenças. As anormalidades na urina podem não ocorrer no início da doença, ou aparecer esporadicamente, não sendo percebidas em uma amostra específica de urina. 

  • Exame visual 

Avalia a cor e a transparência da urina. 

A urina normal tem tonalidades variadas de amarelo. Cores incomuns podem ser causadas por doenças, medicamentos e alimentos. Por exemplo, beterraba pode torná-la avermelhada, que precisa ser distinguida da cor que é resultado da presença de sangue, que é sempre anormal. 

A urina em geral é transparente, mas pode ficar turva pela presença de cristais, muco ou esperma, que geralmente não indicam doença, ou por contaminantes, como loções ou talcos. Por outro lado, a turvação da urina por leucócitos, hemácias ou bactérias sempre exige investigação.

  • Exame químico 

A maioria dos laboratórios usa tiras reagentes para o exame químico da urina. São feitas de plástico com pequenos pedaços de papel embebidos em reagentes químicos que mudam de cor quando imersos na urina. Essa alteração é comparada com uma escala de cor fornecida para cada área de reação. Para evitar erros de tempo e de avaliação da cor, com frequência são usados aparelhos automáticos de leitura de tiras. A intensidade da cor final fornece uma medida aproximada da quantidade de substância presente na urina. Por exemplo, uma pequena alteração na área de proteína indica uma pequena quantidade de proteína na urina, e uma cor intensa indica uma grande quantidade. 

Os testes químicos usados com frequência em tiras reagentes são: 

Densidade 

A densidade expressa a quantidade total de substâncias dissolvidas na urina, em comparação com a água pura, que não tem substâncias diluídas e tem uma densidade igual a 1,000 g/cm3 a 25 ºC.. 

Não existem valores anormais da densidade da urina. Os comuns variam de 1010 a 1020, mas podem ser observados valores até 1003 e 1030, dependendo do grau de hidratação da pessoa. Densidades baixas indicam hidratação excessiva, e altas indicam desidratação. 

pH 

O pH mede o grau de acidez ou de alcalinidade de uma solução. O pH da urina depende da quantidade de ácidos e bases na alimentação e do estado do equilíbrio ácido-base do corpo. Não há valores anormais de pH urinário. Em geral ela é um pouco ácida (pH de 5,0 a 6,0), mas, dependendo principalmente da alimentação, os valores podem variar bastante (de 4,5 a 8,0). 

Algumas substâncias dissolvidas na urina se precipitam formando cristais quando ela está ácida. Outras se precipitam quando a urina está alcalina. Se a formação de cristais for intensa, podem surgir cálculos que causam obstrução do fluxo de urina. A formação desses cálculos é reduzida com dietas ou medicamentos que modificam o pH da urina, de acordo com o tipo de cristal formado. 

Proteínas 

As tiras reagentes avaliam a quantidade de albumina na urina. Normalmente, essa quantidade não pode ser detectada por esse método. Quando a tira reagente fornece um resultado positivo (expresso em cruzes, de um a quatro), há excesso de albumina, que pode ser um sinal precoce de doença renal ou de outros distúrbios que precisam ser esclarecidos com outros exames. 

É usado outro método para fazer uma avaliação quantitativa das proteínas na urina, incluindo todas as proteínas presentes. 

Glicose 

Normalmente, não há glicose na urina. Os rins não a excretam glicose, a não ser que a quantidade no sangue ultrapasse um valor determinado (limiar de excreção da glicose). A presença de glicose na urina, chamada glicosúria, ocorre quando ela existe em excesso no sangue, como no diabetes melito, ou quando há diminuição do limiar de excreção. São necessários outros exames para determinar a causa de glicosúria. 

Cetonas 

Cetonas não são encontradas normalmente na urina. São produtos do metabolismo de gorduras e podem aparecer quando a pessoa não ingere quantidades adequadas de carboidratos, por falta de alimentos ou em dietas, ou quando os carboidratos não são usados adequadamente pelo corpo, como no diabetes melito. A excreção de cetonas na urina é chamada cetonúria. 

Hemoglobina (hemácias) 

Esse exame é usado para detectar hemoglobina (hemoglobinúria) ou hemácias na urina (hematúria). Normalmente, pode ser encontrado um pequeno número de hemácias na urina, e o exame com a tira reagente é negativo. Hematúria ocorre por irritação ou traumatismo do trato urinário. Hemoglobinúria ocorre quando há destruição de hemácias na urina ou destruição de hemácias no sangue (hemólise intravascular). A reação é positiva também quando há excreção de mioglobina na urina (mioglobinúria), o que pode ocorrer quando há destruição de tecido muscular. 

Esterase leucocitária 

A esterase é uma enzima presente em leucócitos. Um número aumentado de leucócitos na urina indica inflamação das vias urinárias, em geral resultado de infecção bacteriana. 

Nitrito 

Muitas das bactérias que causam infecções urinárias produzem nitrito. Um exame positivo sugere infecção urinária. Entretanto, nem todas as bactérias que produzem infecções urinárias produzem nitrito, e um teste negativo não exclui infecção urinária. 

Bilirrubina 

A presença de bilirrubina na urina indica doença hepática ou obstrução das vias biliares. Esse exame pode ser positivo antes que seja observada icterícia na pessoa. 

Urobilinogênio 

O urobilinogênio está presente na urina em pequenas quantidades. Um aumento ocorre em doenças hepáticas ou quando há destruição de hemácias (anemia hemolítica). 

Algumas tiras também têm uma área para o ácido ascórbico (vitamina C). 


  • Exame microscópico 
Um volume de urina (cerca de 10 mL) é centrifugado e o sedimento obtido é examinado ao microscópio. A quantidade dos elementos observados é expressa como um número por campo microscópico ou com termos como raros, numerosos etc. 

Hemácias 

Na urina normal pode ser encontrado um pequeno número de hemácias. Aumenta quando há inflamação ou lesão dos rins ou das vias urinárias. A coleta inadequada pode contaminar a urina com sangue menstrual ou das hemorroidas. 

Leucócitos 

É normal achar um pequeno número de leucócitos no sedimento urinário. Números aumentados indicam inflamação das vias urinárias, em geral provocada por infecção. 

Células epiteliais 

Algumas células epiteliais da uretra e da bexiga são encontradas normalmente na urina. São menos comuns células renais. Quando há inflamação ou infecção das vias urinárias, o número de células aumenta, e a altura da lesão pode ser determinada pelo tipo de célula predominante. 

Bactérias e leveduras 

Em pessoas saudáveis, a urina é estéril; não são observados micro-organismos no sedimento urinário. Bactérias da pele circundante podem penetrar na uretra e causar uma infecção urinária, que, se não for tratada, pode se expandir até os rins, provocando uma pielonefrite. Deve ser feita cultura de urina sempre que houver suspeita de infecção. 

Leveduras também podem ser encontradas na urina, especialmente em mulheres com infecção vaginal por fungos. As infecções urinárias por leveduras devem ser tratadas. 

Tricômonas 

Tricômonas são parasitas encontrados na urina, especialmente de mulheres. Como as leveduras, em geral a infecção principal é vaginal (Trichomonas vaginalis), que precisa ser investigada e tratada. 

Cilindros 

Cilindros são partículas de proteína coagulada que se formam nos túbulos renais, onde adotam sua forma característica. Um pequeno número de cilindros hialinos é normal. Números maiores sugerem doenças renais. 

Quando há um distúrbio renal, leucócitos ou hemácias podem ser incluídos na proteína que forma o cilindro, e este passa a se chamar cilindro leucocitário ou cilindro hemático. Diferentes tipos de cilindros estão associados a doenças renais diferentes. O tipo encontrado sugere um diagnóstico específico. Por exemplo, cilindros leucocitários indicam pielonefrite, e cilindros hemáticos indicam glomerulonefrite. 

Outros tipos de cilindros incluem cilindros hialinos, granulosos, cilindros gordurosos e cilindros céreos. 


Cristais 

A urina contém muitas substâncias dissolvidas. Dependendo da concentração da substância, do pH e da temperatura da urina, podem se formar cristais que são observados no exame microscópico. Os cristais podem ser partículas sem forma definida (amorfos) ou com formas geométricas que permitem sua identificação. Alguns cristais comuns na urina normal são: 

uratos amorfos 

cristais de ácido úrico 

oxalato de cálcio 

fosfatos amorfos 

carbonato de cálcio 

Outros cristais são considerados anormais porque são formados por substâncias que não costumam estar presentes na urina normal, e indicam processos metabólicos alterados, como cristais de: 

cistina 

tirosina 

leucina 

Quando existem cristais nos rins, eles se agrupam e formam cálculos, que obstruem os cálices renais ou os ureteres e provocam dor intensa. 

Medicamentos, como sulfas e contrastes radiológicos também podem se cristalizar na urina, sendo identificados na microscopia. 

Há mais alguma coisa que eu devo saber? 

O conjunto de exames da urinálise fornece uma avaliação geral de alguns distúrbios. São necessários outros exames para detalhar o diagnóstico. 

A hora é um fator importante na colheita de urina? 

Como a urinálise é um exame geral de triagem, a hora da coleta não é importante, embora a primeira urina da manhã seja preferida porque é mais concentrada. Em alguns casos, o médico pode pedir a coleta em uma hora específica. Por exemplo, para a pesquisa de glicose na urina após uma refeição. 

A urinálise pode ser feita em casa? 

O exame microscópico exige equipamento e habilidades especiais. O exame visual pode ser feito pela própria pessoa. O químico é realizado com tiras reagentes adquiridas em farmácias e usadas de acordo com as instruções fornecidas.